A retina é uma das estruturas mais importantes do olho, responsável por captar a luz e transformar em impulsos nervosos que chegam ao cérebro, formando a visão.
Quando há algum problema nessa região, os sintomas podem surgir de forma sutil ou repentina, mas sempre merecem atenção. Identificar os sinais de alerta de doenças da retina é essencial para evitar complicações graves, como perda parcial ou total da visão.
Neste artigo, você vai entender quais são os principais sintomas de problemas na retina, em quais situações procurar um oftalmologista e quais exames ajudam no diagnóstico precoce.
Por que os sintomas da retina são tão importantes?
As doenças de retina podem evoluir silenciosamente, principalmente nos estágios iniciais. Em muitos casos, a pessoa só percebe que algo está errado quando a visão já está bastante comprometida. Reconhecer os sintomas é a chave para buscar atendimento especializado rapidamente e preservar a saúde ocular.
Doenças como retinopatia diabética, descolamento de retina, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e até complicações de alta miopia podem se manifestar com sinais visuais que não devem ser ignorados.
Sintomas mais comuns de problemas na retina

Alterações na retina podem se manifestar de várias maneiras. Em alguns casos, os sintomas aparecem de forma repentina, exigindo atendimento imediato. Em outros, eles se desenvolvem aos poucos e acabam sendo confundidos com “vista cansada” ou com a necessidade de trocar os óculos.
Abaixo, estão os sinais de alerta mais frequentes, com explicações para ajudar você a entender melhor o que significam.
1. Visão embaçada ou turva
A visão embaçada é um dos sintomas mais comuns de problemas na retina. Imagine tentar enxergar uma cena por trás de um vidro fosco: os contornos ficam pouco definidos e as cores, menos intensas. Esse tipo de alteração pode estar relacionado a doenças como edema macular, retinopatia diabética ou ao início de uma degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Muitas pessoas acreditam que o embaçamento seja apenas sinal de grau nos óculos desatualizado, mas quando persiste ou piora, especialmente em apenas um dos olhos, pode ser sinal de algo mais sério.
2. Perda da visão central

Esse sintoma é percebido quando há dificuldade em enxergar detalhes diretamente à frente, como letras em um livro, rostos em uma conversa ou imagens na televisão. É como se o centro da visão ficasse “apagado” ou borrado, enquanto as laterais ainda permanecem visíveis.
A perda da visão central é um sinal clássico da DMRI e também pode ocorrer em casos de edema macular. Para ilustrar, pacientes relatam que linhas retas passam a parecer onduladas ou quebradas. Um teste simples, chamado Tela ou Grade de Amsler, costuma mostrar esse tipo de distorção.
3. Perda da visão periférica
Também chamada de “visão em túnel”, ocorre quando a pessoa enxerga apenas o que está no centro, mas perde a percepção dos lados. Isso pode dificultar atividades simples, como atravessar a rua ou dirigir, já que obstáculos fora do campo central não são percebidos.
Esse sintoma pode estar associado ao descolamento de retina em evolução ou a doenças como o glaucoma avançado que, embora não seja exclusivamente da retina, afeta diretamente o campo visual.
No descolamento de retina, esta perda visual é mais rápida e progressiva, ao longo dos dias, como se uma cortina fosse se fechando.
O glaucoma, entretanto, é uma perda visual sem dor, lenta e progressiva, ao longo de anos, logo, o paciente não percebe, exceto em estágio muito avançado.

4. Manchas escuras ou pontos móveis (moscas volantes)
São pequenos pontos ou formas escuras que parecem flutuar na frente dos olhos, especialmente quando olhamos para superfícies claras, como o céu ou uma parede branca. Muitos pacientes descrevem como “mosquitinhos” ou “teias de aranha”.Embora em boa parte dos casos as moscas volantes estejam ligadas ao envelhecimento natural do vítreo, quando aparecem de repente, em grande quantidade ou acompanhadas de flashes de luz, podem indicar descolamento de vítreo posterior ou até um início de descolamento de retina.

5. Flashes de luz (fotopsias)
Sensação de ver pequenos clarões, semelhantes a relâmpagos ou lampejos de câmera fotográfica, mesmo em ambientes claros. Esse sintoma é causado por uma tração do vítreo sobre a retina e pode ser um alerta importante para rupturas ou rasgos na retina, que precedem o descolamento.
Uma boa analogia é imaginar um fio puxando um tecido antes de rasgar, ele estica e provoca tensão. Esse “puxão” é o que gera a percepção de flashes.
6. Distorção de imagens (metamorfopsia)

Nesse caso, as pessoas percebem que linhas retas parecem onduladas ou que objetos estão distorcidos. Imagine olhar para um azulejo retangular e enxergar bordas tortas. Essa distorção costuma indicar alterações na mácula, a região central da retina responsável pela visão de detalhes.
É muito comum em pacientes com DMRI, mas também pode ocorrer em doenças inflamatórias ou edemas maculares de origem diabética.
7. Manchas escuras fixas no campo visual (escotomas)
Diferente das moscas volantes que se movimentam, os escotomas são áreas fixas e escuras que permanecem sempre no mesmo ponto do campo visual. Pacientes relatam que “perdem pedaços da visão”, como se houvesse buracos ou sombras.
Esse sintoma pode estar ligado a oclusões vasculares da retina, complicações de diabetes ou sequelas de inflamações.
8. Perda súbita da visão em um olho
Esse é um dos sinais mais graves e sempre deve ser considerado uma emergência oftalmológica. Pode ser total ou parcial e está associado a doenças como descolamento de retina extenso, oclusão da artéria central da retina ou hemorragia vítrea importante.
Nesses casos, cada minuto conta. Assim como em um derrame cerebral, o tratamento precoce pode determinar a preservação parcial ou total da visão.
Quando procurar um oftalmologista?

Muitas pessoas acreditam que devem procurar um oftalmologista apenas quando sentem dor nos olhos ou dificuldade para enxergar. No entanto, os problemas na retina podem evoluir de forma silenciosa, sem dor e sem sintomas evidentes até atingirem estágios avançados.
É recomendável procurar um especialista em retina quando houver:
- Sintomas súbitos: perda repentina da visão, flashes de luz, manchas escuras ou visão embaçada que aparece de um dia para o outro.
- Alterações progressivas: visão central distorcida, linhas onduladas ou perda gradual da visão lateral.
- Fatores de risco: pacientes com diabetes, hipertensão, histórico familiar de doenças oculares, pessoas acima dos 50 anos ou quem já teve traumas oculares.
- Prevenção: mesmo sem sintomas, inúmeras doenças da retina são descobertas após exames preventivos como o mapeamento da retina.
💡 Exemplo prático:
Se você notar que ao olhar para um calendário as linhas parecem tortas ou sumindo, isso pode ser sinal de degeneração macular e requer avaliação imediata.
Se notar que apareceram subitamente moscas volantes em algum dos olhos, acompanhadas ou não de flashes de luz, procure com urgência um oftalmologista especialista em retina para exame de mapeamento da retina.
Além disso, mesmo pessoas sem sintomas devem realizar consultas preventivas: uma vez por ano após os 40 anos ou a cada 6 meses em pacientes diabéticos e hipertensos.
Exames indicados para investigar problemas na retina

O diagnóstico precoce é a chave para preservar a visão. Para isso, o oftalmologista, particularmente o especialista em retina, conta com uma série de exames modernos e não invasivos que permitem avaliar em detalhes a saúde da retina:
- Fundoscopia (Mapeamento de Retina): é o exame inicial mais importante, feito com um aparelho chamado oftalmoscópio. Permite que o médico oftalmologista examine diretamente toda a retina, vasos sanguíneos e o nervo óptico.
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT): funciona como uma “tomografia da retina”, mostrando imagens em alta resolução das camadas da mácula e do nervo óptico. É essencial no acompanhamento de doenças como DMRI e retinopatia diabética.
- Retinografia Digital: produz imagens fotográficas detalhadas da retina, permitindo comparar a evolução ao longo do tempo. É muito usada em pacientes com glaucoma e retinopatia diabética.
- Angiografia com Fluoresceína: Consiste em injetar um corante na corrente sanguínea para analisar a circulação nos vasos da retina. É útil no diagnóstico de vazamentos (retinopatia diabética e DMRI) e oclusões.
- Ultrassonografia Ocular: indicado quando há opacidade dos meios que impeça o exame da retina (por exemplo, em casos de hemorragia vítrea ou catarata avançada). Permite observar a retina mesmo quando ela não é visível em outros exames.
💡 Esses exames, em sua maioria, são rápidos, indolores e feitos no próprio consultório. O paciente pode sentir apenas um leve desconforto com a luz, mas nada que cause dor.
Saiba mais no nosso artigo completo sobre Exames de Retina.
Como prevenir doenças da retina?

Embora algumas doenças da retina tenham fatores genéticos ou ligados ao envelhecimento, muitos casos podem ser prevenidos ou controlados com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.
Principais medidas de prevenção:
- Controle de doenças sistêmicas: diabetes e hipertensão são as maiores causas de retinopatia. Manter glicemia e pressão arterial sob controle reduz o risco de complicações.
- Exames oftalmológicos regulares: check-ups anuais ajudam a identificar alterações precocemente, antes de causar perda visual.
- Alimentação saudável: dieta rica em frutas, verduras de folhas verdes (espinafre, couve), peixes ricos em ômega-3 e antioxidantes pode proteger a retina contra o envelhecimento.
- Proteção contra radiação UV: óculos escuros com proteção UVA/UVB ajudam a evitar danos cumulativos à retina.
- Evitar tabagismo: fumar aumenta em várias vezes o risco de degeneração macular.
- Atividade física regular: melhora a circulação sanguínea e auxilia no controle de fatores de risco como obesidade e colesterol alto.
💡 Exemplo prático: um paciente diabético que mantém a glicemia controlada e faz acompanhamento oftalmológico regular pode evitar até 90% das complicações visuais relacionadas à retinopatia diabética, segundo estudos da American Academy of Ophthalmology.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre sintomas da retina
1. “Moscas volantes” sempre indicam descolamento de retina?
Nem sempre. Em muitos casos, elas são apenas consequência do descolamento do vítreo e não da retina. Mas, se surgirem de forma repentina ou acompanhadas de flashes de luz, é importante procurar um oftalmologista rapidamente, preferencialmente um especialista em retina.
2. A visão turva pode ser apenas cansaço visual?
Pode sim estar ligada ao esforço ocular, mas quando persiste ou piora, pode indicar problemas na retina. Um exame oftalmológico ajuda a diferenciar.
3. Se perder a visão de um olho de repente, posso esperar melhorar sozinho?
Não. Esse é um sintoma de emergência ocular e deve ser avaliado imediatamente, pois pode estar relacionado a descolamento de retina ou obstrução de vasos.
4. Pessoas jovens também podem ter problemas de retina?
Sim. Embora algumas doenças sejam mais comuns em idosos, como a DMRI, jovens podem desenvolver descolamento de retina, complicações de miopia alta e doenças hereditárias.
5. Exames preventivos da retina são necessários mesmo sem sintomas?
Com certeza. Muitas doenças da retina evoluem silenciosamente. Consultas de rotina ajudam a identificar alterações precocemente.
Conclusão e Próximos Passos
Problemas na retina podem comprometer de forma significativa a visão e, em muitos casos, o diagnóstico precoce é fundamental para preservar a saúde ocular. Por isso, ao perceber qualquer sinal de alerta, como visão embaçada, pontos escuros ou flashes de luz, não hesite em procurar ajuda especializada.
👁️ Agende uma consulta com a Drª Denise Barcellos, oftalmologista em Vila Velha, para uma avaliação completa da sua visão. Cuidar da saúde dos olhos é garantir qualidade de vida hoje e no futuro.



