Tudo Sobre Doenças da Retina: Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

Tudo Sobre Doenças da Retina: Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

A retina é uma das partes mais importantes do olho humano: ela funciona como uma tela onde a luz captada pelo olho é transformada em sinais elétricos enviados ao cérebro. Neste artigo você terá uma visão geral das doenças de retina que podem afetar a nossa visão.

Quando a retina sofre algum dano ou doença, a visão pode ser severamente comprometida, chegando até mesmo à cegueira irreversível em casos graves.

Neste guia completo, você vai entender:

  • O que são doenças da retina;
  • Quais são as principais doenças que afetam essa estrutura;
  • Seus sintomas e sinais de alerta;
  • Como é feito o diagnóstico;
  • Os principais tratamentos disponíveis hoje;
  • Como prevenir e cuidar da saúde ocular.

O que é a Retina e qual sua Função?

A retina é uma fina camada de tecido localizada na parte interna do olho, responsável por captar a luz e transformá-la em impulsos elétricos. Esses impulsos são enviados ao cérebro através do nervo óptico, formando as imagens que enxergamos.

Ela contém células especiais chamadas fotorreceptores (cones e bastonetes), que permitem distinguir cores, formas e movimentos. Por isso, qualquer alteração na retina pode prejudicar diretamente a visão.

Para um aprofundamento sobre a anatomia da retina, confira nosso guia completo sobre retina

O que são Doenças da Retina?

Chamamos de doenças da retina um conjunto de condições médicas que afetam a estrutura, o funcionamento ou a circulação sanguínea da retina. Elas podem ser causadas por fatores genéticos, envelhecimento, doenças sistêmicas (como diabetes e hipertensão), traumas ou infecções.

Essas doenças podem comprometer tanto a visão central (responsável por detalhes e leitura) quanto a visão periférica (importante para movimentos e noção de espaço). 

Algumas evoluem de forma silenciosa e só apresentam sintomas em estágios avançados, o que reforça a importância de consultas oftalmológicas regulares.

A gravidade varia: algumas podem ser tratadas e controladas com exames e medicamentos, enquanto outras exigem cirurgias especializadas. Em todos os casos, o diagnóstico precoce é fundamental para preservar a visão.

Para uma introdução aprofundada, consulte o National Eye Institute.

Principais Doenças da Retina

1. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

A DMRI é uma das principais causas de perda de visão em pessoas acima de 60 anos. Ela afeta a mácula, região central da retina responsável pela visão de detalhes e cores.

Tipos de DMRI:

  • Forma seca (atrofia geográfica): evolução lenta, caracterizada pelo afinamento da mácula.
  • Forma úmida (neovascular): mais grave, causada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos que vazam líquido e sangue.

Sintomas comuns:

  • Dificuldade para ler e reconhecer rostos;
  • Distorção de linhas retas (linhas ficam onduladas);
  • Mancha escura no centro da visão.

Tratamentos:

  • Injeções intraoculares ou intravítreas de anti-VEGF (ex: ranibizumabe, aflibercepte);
  • Terapia fotodinâmica;
  • Suplementação com vitaminas antioxidantes em alguns casos (estudo AREDS 2).

2. Retinopatia Diabética

A retinopatia diabética é uma complicação grave do diabetes e uma das principais causas de cegueira em adultos em idade produtiva. Ela ocorre devido a danos nos vasos sanguíneos da retina.

Estágios da doença:

  • Retinopatia não proliferativa: vazamento de fluidos e microaneurismas nos vasos.
  • Retinopatia proliferativa: crescimento de vasos sanguíneos frágeis (neovasos) que podem sangrar e causar descolamento da retina.

Sintomas:

  • Visão borrada;
  • Manchas flutuantes (moscas volantes);
  • Perda gradual ou súbita da visão.

Tratamentos:

  • Controle rigoroso do diabetes (glicemia, pressão e colesterol);
  • Fotocoagulação a laser retiniana;
  • Injeções intraoculares de anti-VEGF ou corticoides;
  • Cirurgia de vitrectomia em casos graves.

3. Descolamento de Retina

O descolamento de retina é uma emergência médica. Ele acontece quando a retina se separa da parede interna do olho, impedindo o funcionamento adequado das células fotossensíveis.

Causas mais comuns:

  • Rasgos ou furos na retina;
  • Miopia alta;
  • Trauma ocular;
  • Complicações após cirurgias oculares.

Sintomas de alerta:

  • Luzes piscando (fotopsias) ;
  • Aumento súbito de moscas volantes;
  • Sombra ou cortina escura sobre parte do campo visual.

Tratamentos:

  • Fotocoagulação a laser ou crioterapia em casos iniciais;
  • Retinopexia pneumática (injeção de gás dentro do olho);
  • Cirurgia de vitrectomia ou introflexão escleral.

Caso perceba esses sintomas, procure imediatamente um oftalmologista, pois o tratamento precoce é essencial para salvar a visão.

4. Buraco Macular

O buraco macular é uma abertura no centro da retina, na região da mácula. Ele costuma afetar pessoas acima de 60 anos.

Sintomas:

  • Visão distorcida;
  • Dificuldade para leitura;
  • Mancha escura central.

Tratamento:

  • O principal é a cirurgia de vitrectomia com aplicação de gás intraocular.
  • Em alguns casos iniciais, pode ocorrer fechamento espontâneo.

5. Retinose Pigmentar

A retinose pigmentar é uma doença genética rara que causa degeneração progressiva da retina.

Sintomas:

  • Perda da visão periférica (efeito “visão em túnel”);
  • Dificuldade de enxergar à noite (cegueira noturna);
  • Evolução lenta, podendo levar à perda total da visão.

Tratamentos:

  • Ainda não há cura definitiva, mas existem pesquisas avançadas em terapia gênica e implantes de retina artificial;
  • Uso de óculos especiais e acompanhamento multidisciplinar.

6. Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR)

A oclusão da veia central da retina ocorre quando o fluxo sanguíneo é bloqueado por um coágulo, levando a inchaço e hemorragia na retina.

Sintomas:

  • Perda súbita e indolor da visão;
  • Manchas escuras no campo de visão;
  • Embaçamento que pode piorar com o tempo.

Tratamento:

  • Injeções de anti-VEGF para reduzir o edema;
  • Corticoides intraoculares;
  • Controle de fatores de risco como hipertensão e colesterol.

7. Retinopatia da Prematuridade (ROP)

A retinopatia da prematuridade é uma doença que acomete bebês nascidos prematuros, devido ao desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos da retina.

Sintomas (geralmente identificados por exame):

  • Dificuldade para seguir objetos;
  • Movimentos oculares irregulares;
  • Em casos graves, pode evoluir para descolamento de retina.

Tratamento:

  • Laser ou injeções intravítreas de anti-VEGF;
  • Monitoramento contínuo nos primeiros anos de vida.

8. Coriorretinopatia Serosa Central (CSC)

Essa condição ocorre quando há acúmulo de líquido sob a retina, geralmente associado a estresse e uso de corticoides.

Sintomas:

  • Visão distorcida;
  • Sensação de mancha central;
  • Alteração de percepção de cores.

Tratamento:

  • Em muitos casos, regride espontaneamente;
  • Em casos persistentes, pode ser indicado laser ou terapia fotodinâmica.

Diagnóstico das Doenças da Retina

O diagnóstico precoce faz toda a diferença. O oftalmologista pode usar diversos exames para identificar alterações na retina:

  • Fundoscopia: exame básico que permite visualizar apenas a mácula e o nervo óptico diretamente, mas sem muitos detalhes pois não é realizada a dilatação pupilar. 
  • Oftalmoscopia Binocular Indireta (Mapeamento da Retina): exame mais aprofundado e completo que permite visualizar toda a retina diretamente, desde a região central até a extrema periferia. É realizado sob dilatação pupilar.
  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): fornece imagens detalhadas da retina e nervo óptico em camadas, essencial para diagnóstico de DMRI, buraco macular e edema macular.
  • Angiografia com fluoresceína: avalia a circulação sanguínea da retina, fundamental para casos de retinopatia diabética e oclusões venosas.
  • Retinografia digital: registra imagens de alta resolução para acompanhamento da evolução da doença.
  • Ultrassonografia ocular: utilizada em casos em que há opacidades (como catarata densa) que impedem a visualização direta.

O ideal é realizar exames preventivos anuais, mesmo sem sintomas aparentes.

Dependendo da doença e do seu estágio ou gravidade, o médico oftalmologista especialista em retina (retinólogo) poderá ajustar para um acompanhamento mais de perto.

Tratamentos mais Utilizados

Cada doença tem protocolos específicos, mas alguns tratamentos são comuns entre elas:

  • Injeções intraoculares: medicamentos anti-VEGF ou corticoides para controlar edema e neovascularização.
  • Laserterapia ou Fotocoagulação a laser retiniana: usada para selar vasos anormais e reduzir complicações.
  • Cirurgias: como vitrectomia e introflexão escleral para descolamento de retina ou casos graves de hemorragia vítrea.
  • Terapia fotodinâmica: indicada para certos tipos de DMRI e CSC.
  • Tratamentos experimentais: terapias gênicas e implantes de retina artificial vêm mostrando avanços promissores.

É importante destacar que quanto mais cedo a doença é diagnosticada, maiores são as chances de preservar a visão.

Prevenção e Cuidados com a Saúde Ocular

Cuidar da retina é também cuidar do corpo como um todo. Algumas medidas práticas incluem:

  • Controle do diabetes e hipertensão: monitorar glicemia e pressão arterial é essencial.
  • Alimentação saudável: incluir nozes, vegetais verdes (ricos em luteína e zeaxantina), peixes (ômega-3) e frutas.
  • Não fumar: o tabaco aumenta o risco de DMRI e outras doenças oculares como oclusões venosas e arteriais da retina.
  • Exames regulares: especialmente para quem tem histórico familiar ou fatores de risco.
  • Proteção contra luz UV: usar óculos de sol com filtro adequado.
  • Pausas visuais: evitar esforço contínuo diante de telas sem descanso.

FAQ – Perguntas Frequentes sobre Doenças da Retina

1. As doenças da retina têm cura?
Algumas, como a coriorretinopatia serosa central, podem regredir sozinhas. Outras não têm cura definitiva, mas podem ser controladas com tratamento, como a retinopatia diabética e a DMRI.

2. Posso prevenir as doenças da retina?
Nem todas são evitáveis, especialmente as genéticas, mas manter hábitos saudáveis e consultas regulares a um especialista em retina ajuda a reduzir riscos e detectar precocemente.

3. As injeções intraoculares doem?
O procedimento é feito com anestesia local em gotas. O desconforto é mínimo e os benefícios superam os riscos.

4. Quem tem diabetes deve fazer exame de retina com que frequência?
O recomendado é ao menos uma vez por ano com um especialista em retina, mesmo sem sintomas. Pacientes com alterações já diagnosticadas podem precisar de acompanhamento mais frequente.

5. A visão perdida por doenças da retina pode ser recuperada?
Depende da gravidade e do tempo de evolução. Em muitos casos, o tratamento estabiliza a doença, mas não recupera a visão já perdida — por isso a importância do diagnóstico precoce.

Conclusão 

As doenças da retina representam um grande desafio para a saúde ocular, mas com informação, prevenção e acompanhamento médico é possível preservar a visão por muitos anos.

Se você apresenta algum sintoma ou tem fatores de risco, agende uma consulta com a Dra. Denise Câmara Barcellos na CORE Oftalmologia, em Vila Velha/ES, para uma avaliação completa e personalizada.

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Denise Câmara Barcellos
Denise Câmara Barcellos

Médica Oftalmologista | CRM-ES 8263. Especialidade em Oftalmologia Geral e Subespecialidade oftalmológica em Retina Clínica e Cirúrgica, com atendimento, resolutividade e orientação para todos os casos de doenças oculares. Atua na CORE Clínica de Olhos e Retina.

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